quinta-feira, 28 de março de 2013



El Chavo del Ocho (Chaves no Brasil e em Angola) é uma famosa série de televisão cômica mexicana criada e protagonizada por Roberto Gómez Bolaños e produzida pela Televisión Independiente de México (posteriormente, Televisa) e exibida pela primeira vez em 20 de junho de 1971 no Canal 8.[1]
A série relata as experiências de um grupo de pessoas que moram numa vila mexicana, onde seu protagonista, El Chavo, realiza brincadeiras com seus amigos ocasionando mal-entendidos e discussões entre os vizinhos, num tom geralmente cômico. O roteiro veio de um esquete escrito por Bolaños onde uma pobre criança de oito anos discutia com um vendedor de balões em um parque.[4] Ele deu importância ao desenvolvimento dos personagens, aos quais foram distribuídas personalidades distintas. Desde o início, seu criador percebeu que o seriado seria destinado ao público adulto, não ao infantil, mesmo se tratando de adultos interpretando crianças.[1] O elenco principal é composto por Bolaños, María Antonieta de las Nieves, Ramón Valdés, Florinda Meza, Carlos Villagrán, Edgar Vivar, Rubén Aguirre, Angelines Fernández, Horacio Gómez e Raúl Padilla.[5]
O sucesso de El Chavo del Ocho foi tal que em 1973, foi difundido em vários países da América Hispânica, obtendo altos índices de audiência.[6] Estima-se que em 1975, foi visto por mais de 350 milhões de telespectadores a cada semana.[2] Devido a popularidade, o elenco realizou uma turnê internacional que abrangeu vários países onde era transmitido na época, numa série de apresentações onde dançavam e atuavam no palco ao vivo.[7] Em 1978, Villagrán deixou o programa por conflitos com Bolaños, devido à autoria de seu personagem Quico,[1] e no ano seguinte, Valdés fez o mesmo, devido a razões pessoais. Valdés, no entanto, retornou ao programa pouco tempo depois. A última transmissão do seriado foi em 1º de janeiro de 1980, entretanto continuou como um quadro do programa Chespirito até 12 de junho de 1992.[2] A frequente ocorrência de expressões idiomáticas mexicanas tornou El Chavo del Ocho muito difícil de traduzir para outras línguas, exceto para o português, que é muito similar ao espanhol. Bolaños considerou que o impacto da série em outros países era devido ao sucesso de El Chapulin Colorado.[8]
No que diz respeito à crítica, obteve uma recepção essencialmente negativa nas suas primeiras exibições, já que o seu conteúdo era classificado como "vulgar",[9] "idiota", "fútil", "alienante"[1] e "não recomendável".[10] Um dos temas que mais críticas negativas levantou, foi a violência explícita através de golpes e insultos entre alguns dos personagens.[11][12] Contudo, outros meios garantiram um aspecto positivo de El Chavo del Ocho que era a utilização de "situações universais" com as quais o público pode se identificar facilmente, independentemente da idade e nacionalidade.[13]
Apesar de sua conclusão no início da década de 1990, a série foi transmitida continuamente em vários países desde então. Em 2011, tinha-se conhecimento de vinte países que ainda o emitiam como parte de sua programação regular.[2] Em 2006, foi estreada a sua versão em desenho animado, um programa baseado nesta série, cujo criador e produção, são os mesmos. Nesta versão, Chiquinha não faz nenhuma aparição já que sua intérprete Maria Antonieta de las Nieves enfrentou Bolaños por direitos autorais.[14] Entre alguns produtos derivados do programa, incluem o livro El diario del Chavo del ocho, o musical El Chavo animado - Show en vivo (estreado em 2010), um vídeo-jogo para Wii lançado em 2012, assim como aplicativos para Facebook e dispositivos móveis da Apple. A cultura popular de El Chavo del Ocho continua com o status de ser um dos melhores programas de entretenimento mais reconhecidos[15] e com mais sucesso na televisão espanhola.[16]